domingo, 5 de junho de 2016

"Bené" denuncia Negromonte e Propeg da Bahia

O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o “Bené”, fez as denúncias em delação premiada.  Ele conta que o ex-ministro das Cidades do Governo Lula, Márcio Fortes, recebeu R$1 milhão de um esquema que resultou na contratação da agência de publicidade Propeg em 2010. Outro ex-ministro da pasta, Mário Negromonte, é hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios na Bahia.

      Sucessor de Fortes, ele e o ex-deputado e ex-líder do PP na Câmara, Pedro Corrêa, teriam recebido um valor equivalente a 10% do contrato de publicidade. A delação de Bené já foi homologada, na semana passada, pelo Superior Tribunal de Justiça.
      O depoimento faz parte da Operação Acrônimo - investigação da Polícia Federal que atribui crime de corrupção ao governador de Minas Fernando Pimentel (PT), ex-ministro do Desenvolvimento do governo Dilma.
     
      R$ 20 milhões
      Bené afirmou que o Grupo Caoa, do setor automotivo, teria pago R$ 20 milhões a Pimentel. A Caoa nega categoricamente o repasse ilegal. A delação preenche 20 anexos. Um deles é dedicado aos ex-ministros Marcio Fortes e Mário Negromonte e ao ex-deputado Pedro Corrêa.

      O delator afirmou que, por volta de 2010, Negromonte o procurou para “influenciar” licitação de publicidade do Ministério das Cidades e beneficiar a Propeg. Negromonte e Pedro Corrêa receberiam, segundo Bené, 10% do “resultado” da operação.
      Segundo Bené, Mário Negromonte e Pedro Corrêa receberam R$ 1 milhão cada. O ex-ministro Márcio Fortes também teria recebido R$ 1 milhão, valor pago, segundo ele, “durante mais de um ano”. Os denunciados negam.
     
      O outro lado
      “É falso o enredo por meio do qual se tenta envolver a Propeg em assuntos que são inteiramente estranhos à agência. Jamais, em tempo algum, houve pagamento a políticos por meio da empresa”, disse a assessoria da companhia.
      O criminalista Carlos Fauaze, que defende o ex-deputado Negromonte, informou que não vai se manifestar por não ter tido acesso à documentação do processo. Mário Negromonte afirmou que a Propeg é da Bahia, seu Estado.
      Por isso, alega, não precisaria da intermediação de Bené para tratar de qualquer assunto envolvendo a empresa. “A Propeg é da Bahia. Eu ia precisar do Benedicto para fazer alguma intermediação de conversa? Não tem sentido. Jamais procurei ele para esse tipo de contato”.

      O ex-ministro Márcio Fortes também se defendeu. “Nego veementemente as acusações, e me coloco à disposição das autoridades competentes para esclarecimentos que eventualmente forem necessários.”











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